HIV E AIDS

3/30/20252 min read

O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), é um retrovírus que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo contra doenças e é o responsável pelo desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) quando há sério comprometimento do sistema imunológico do indivíduo.

TRANSMISSÃO

Sua transmissão pode ocorrer através de:

  • Sexo vaginal, anal e oral sem o uso de preservativos com pessoas soropositivas;

  • Compartilhamento de instrumentos perfuro cortantes contaminados como agulhas ou outros objetos que cortam ou furam não esterilizados;

  • Transfusão de sangue contaminado;

  • De mãe soropositiva, sem tratamento, para o filho durante gestação, parto ou amamentação.

SINTOMAS

  • Na fase inicial, ocorre a incubação do HIV (tempo de exposição até o surgimento dos primeiros sinais e sintomas) que pode variar de 3 a 6 semanas, os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe ou virose, como mal-estar e febre.

  • Na segunda fase, o sistema imunológico começa a lutar contra o vírus, sendo assim, muitas vezes é um período assintomático que pode durar anos.

  • Na próxima fase (sintomática inicial), as células de defesa - linfócitos T CD4+ - começam a ser destruídas e podem chegar abaixo de 200 unidades por mm³ (em um organismo normal os valores são de 800 a 1200 unidades por mm³), deixando o organismo mais fraco e vulnerável. Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.

  • No estágio mais avançado, ocorrem as doenças oportunistas pela baixa imunidade, surgindo a AIDS, onde podem ocorrer hepatites virais, tuberculoses, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.

DIAGNÓSTICO

Segundo o Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV em Adultos e Crianças estabelecido pelo Ministério da Saúde, existem procedimentos técnicos obrigatórios para estabelecer um diagnóstico de HIV, sendo eles:

  • Teste rápido (anti-HIV);

  • Caso dê positivo, realizar o exame sorológico Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA);

  • Caso dê positivo novamente, realizar a confirmação sorológica Western Blot (WB).

Mesmo que o resultado de todos os testes seja negativo, é recomendado pelo Ministério da Saúde que seja feita uma nova coleta sanguínea para repetir todos os exames após 30 dias devido a janela imunológica, que é o período entre a exposição e a produção de anticorpos suficientes para serem detectados nos testes, que dura cerca de um mês.

TRATAMENTO

Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos, estabelecido pelo Ministério da Saúde, o protocolo de tratamento inicial é composto pelo uso de três antirretrovirais, e geralmente, são utilizados:

  • Tenofovir e lamivudina - da classe ITRNN (inibidores da transcriptase reversa não análogos de nucleosídeos) e

  • Dolutegravir - da classe INI (inibidores da integrase).

Entretanto estes medicamentos podem ser prejudiciais para gestantes, pessoas com insuficiência renal e idosos, pois seus principais efeitos colaterais são: toxicidade renal, náusea, diarreia, vômitos, cefaleia, erupções cutâneas, insônia, dor e desconforto abdominal. Portanto é necessária a substituição de algum destes fármacos por outro com menos reações adversas, conforme o perfil de cada paciente.

EPIDEMIOLOGIA

Segundo o Boletim Epidemiológico de HIV e AIDS de 2023, divulgado pelo Ministério da Saúde, entre os anos de 2007 e 2023, foram notificados no Sistema de Agravos de Notificação (Sinan) 489.594 casos de brasileiros infectados pelo vírus, destes sendo 93.399 (19,1%) pertencentes a região Sul. A partir dos 489.594 casos brasileiros, 114.593 (23%) pertencem a jovens entre 15 e 24 anos, representando 25% para o sexo masculino e 19,6 para o feminino.

Ademais, entre 2011 e 2021, 52 mil jovens desta mesma faixa etária evoluíram de portadores do vírus HIV para a AIDS.